
Por Maria Laura Marcondes Machado de Assis
A manifestação contou com a participação de vários setores da Igreja Católica e Evangélica, de diferentes organizações da sociedade civil e de algumas figuras políticas.
Setores que se opõem à legalização do aborto se manifestaram neste sábado (28) em diferentes partes do país para rejeitar o projeto enviado ao Congresso pelo governo de Alberto Fernández. A principal concentração foi registrada em frente ao Congresso Nacional, onde os militantes “pró-vida” começaram a chegar – apesar da chuva – antes das 15h, com seus lenços azuis e bandeiras da Argentina.
Com as hashtags #LaMayoríaCeleste (a maioria azul claro) e #SalvemosLas2Vidas (salvemos as duas vidas), o protesto foi acompanhado por postagens nas redes sociais e publicações de manifestantes em diferentes partes do país.
Esta foi a primeira ação conjunta organizada pela Igreja Católica, as igrejas evangélicas e a Unidade Pró-Vida, que reuniu mais de 150 organizações da sociedade civil.
“Existem mais de 100 causas prioritárias pelas quais as mulheres morrem, e muito mais na pandemia. Morrem 15 vezes mais mulheres grávidas que desejam ter seus filhos, 20 vezes mais mulheres por desnutrição ou HIV e 300 vezes mais por câncer de mama” disse Ana Belén Mármora, uma ativista da Unidad Provida.
Também participaram na manifestação a deputada estadual de Santa Fe Amalia Granata, os jornalistas Mariano Obarrio e Viviana Canosa, a deputada nacional Dina Rezinovsky, Rodrigo Fernández Madero da Unidad Provida, o economista Javier Milei, o ex-candidato a presidente José Gómez Centurión, entre outros.
“As pessoas estão cansadas de mentiras e manipulação política”, disse a ex-deputada Cynthia Hotton, “desde a pandemia e as invasões de terras até a despedida de Diego Maradona. O resultado é sempre o mesmo: o povo é quem mais sofre ”
“Com o aborto acontece a mesma coisa. As pessoas estão cansadas do lenço verde como o remédio para todos os problemas das mulheres e da sociedade. Enquanto o orçamento é desperdiçado entre feministas radicais e abortistas em todos os ministérios, a pobreza, a insegurança e a violência continuam crescendo ”, declarou ela.

O projeto
Na próxima semana iniciará o debate sobre a legalização do aborto na Câmara dos Deputados. A iniciativa começará a ser discutida entre segunda ou terça-feira e é provável que sejam realizadas várias reuniões semanais. Para organizar o esquema de trabalho, antes do início do debate, as autoridades das quatro comissões pelas quais o projeto passará se reuniram na quinta-feira (26).
A intenção dos deputados do partido kirchnerista Frente de Todos, segundo fontes parlamentares, é aprovar o projeto de lei na Câmara dos Deputados na segunda semana de dezembro e depois encaminhá-lo ao Senado para que a lei seja sancionada antes do final do ano.
O projeto de Interrupção Voluntária da Gravidez (ILE) enviado na semana passada pelo presidente Alberto Fernández ao Congresso, estabelece que “mulheres e outras pessoas com identidade de gênero com capacidade de gestar” têm o direito de fazer um aborto por até a 14ª semana do processo gestacional.
Fonte: Questione-se
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